O
mar dos olhos
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes...
e calma
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes...
e calma
Sophia de Mello Breyner Andresen, in Obra Poética
O dia 8 de Março é uma oportunidade para trazer uma
data abençoada, porque traz à ribalta os
problemas com que se debatem as
mulheres no mundo. Mas não serve apenas para enumerar as situações de violência física e psicológica de que são alvo,
nem a iniquidade ou a violação dos direitos humanos, serve também para lembrar as pequenas/grandes conquistas que se
vão trilhando no caminho árduo da luta
pela igualdade de género.
Neste âmbito, e numa perspectiva de, na Semana da
leitura, aliar leituras de escritoras à igualdade de género noutras profissões
trouxemos à biblioteca uma “Bombeira” morena e sorridente,
D. Angelina, que se apresentou fardada a rigor, na biblioteca da EB 2,3 Dr. F. Gonçalves
Carneiro, para conversar com os alunos do 5.º F e dos 6º A, B, C, E, sobre o
seu percurso de vida enquanto bombeira. Mas não se limitou a falar apaixonadamente
das suas funções no INEM; referiu outros campos para os quais são treinados
bombeiros (as): incêndios urbanos ou florestais, socorro dos feridos em
acidentes de vária ordem, etc…
E porque lidam diariamente com situações limite, a coragem, a determinação
e a bondade natural são indispensáveis na sua conduta.
D. Angelina referiu a propósito da sua profissão: “aprendemos
a ser mais humanos, a não julgar tanto as vulnerabilidades dos que nos rodeiam.
Também, continuou - D. Angelina - está
provado que as mulheres são mais
resistentes à dor e mais pragmáticas no momento de tomar grandes decisões“. Por
isso – acrescentamos nós - pelo trabalho ímpar que desempenham, é importante
engrossar o número de mulheres nas corporações de bombeiros e sensibilizar a
comunidade em geral para o seu valor, já que, a partir do momento em que as
mulheres tiveram acesso a esta profissão outrora tipicamente masculina, já foi também possível dar um pequeno passo na
promoção laboral da igualdade do
género.
As perguntas dos alunos iam chovendo em catadupa,
mas a nossa bombeira respondia prontamente e com assertividade . Foram lidos poemas sobre a MULHER e explicada
a origem deste data.
A equipa da biblioteca escolar não quis deixar de agradecer a presença
da nossa convidada bombeira, mostrando,
de forma simbólica, a sua gratidão pela sua presença, através da oferta de um
livro.
Infelizmente, enquanto o mundo não for um local
mais pacífico e igualitário, será sempre importante assinalar o Dia Internacional da Mulher, pois, não obstante o muito que já
foi conquistado, há ainda muitas montanhas e planaltos a derrubar (leia, em
baixo, as barbaridades de que as mulheres são alvo por todos os cantos do
planeta).
A nossa luta continua...
Equipa da BE
ATENTADOS À DIGNIDADE DA MULHER POR CÁ E POR LÁ
v
A diferença do salário médio, em Portugal, entre um homem uma
mulher ainda ronda os 20%, sem explicação clara para tal.
v
No ano passado, morreram 42 mulheres em contexto de violência
doméstica em Portugal.
v
No mundo inteiro, quase 14 milhões de crianças são obrigadas a
casar todos os anos antes de atingirem a maioridade. Mais 80% destas crianças
são meninas.
v
Dados das Nações Unidas revelaram recentemente que pelo menos 200 milhões de meninas, raparigas e mulheres foram vítimas de mutilação genital.
v Há milhares de mulheres mortas anualmente em supostos crimes de honra e demais atrocidades.
Este dia faz sentido enquanto existirem …
v
mulheres que são
questionadas sobre a roupa que estavam a vestir após sofrerem um ataque brutal
que lhes ceifa a vida;
v
Sakinehs
que apedrejam mulheres até à morte por supostos adultérios confessados sob tortura;
v
Feng
Jianmeis (China) a
quem arrancam um filho do ventre aos sete meses de gravidez por não ter
dinheiro para pagar uma multa;
v
estudantes violadas até à morte em autocarros da Índia e cujos violadores continuam a achar que tiveram motivos para o
fazer;
v
casamentos forçados de adolescentes a quem não é permitido o amor;
v excisões a meninas como forma de purificação ou tráfico de mulheres para redes de prostituição;
v
estrelas de Hollywood a serem ameaçadas de divulgação de fotos suas privadas em redes sociais como
represália a discursos públicos sobre os direitos das mulheres;
v
discriminação relacionada com a questão da maternidade…
Fonte; Jornal Expresso (adaptado)
Atropelos aos direitos das mulheres no mundo
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